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Henriques, Henrique Jorge

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Person Born Died Gender Person ID
Henrique Jorge Henriques Guarda 1545 1622 M P0997

Instrument(s) Professional group Social status Social sphere Why is the person listed?
vihuela Medicine Professional Urban Author Author - poet, playwright

Years active Place active Century Region
Coimbra/Salamanca 17cent Portugal
Biographical information

Henrique Jorge Henriques nasceu na Guarda alguns anos antes dos meados do sec. XVI. Em Coimbra, estudou Humanidades e depois Medicina, tendo sido aluno do prestigiado Tomás Rodrigues da Veiga. Findo o curso, foi para Salamanca, onde se doutorou, tendo ficado Professor de Artes na mesma Universidade. Mais tarde regressou a Coimbra, onde, segundo indica no rosto dos seus livros, foi primeiro lente substituto da cadeira de Avicena e depois Professor da cadeira de Medicina Prática. Foi médico de câmara do duque de Alba, D. António Alvarez de Toledo.
Teófilo Braga conclui que ele não ensinou em Coimbra pelo facto de não aparecer no Catálogo dos Lentes da Universidade, de Francisco Carneiro de Figueiroa, apesar de ter sido proposto para o lugar. Assim consta da proposta feita ao Rei pela Universidade em 6 de Outubro de 1589:
"Pede a Universidade que haja nella uma Conduta pera lição de pratica de medicina por ser muito necessaria aos medicos. E pareçeo se lhe deve conceder, não per modo de cadeira, senão de conduta pera este effeito de ensinar a pratica; e que o que a ler sendo doutor possa padrinhar como cada hum dos lentes, e tem-se enformação que hum Anrique Jorge da Guarda he para isto sufficiente, e por toda a faculdade he pedido".
O facto de a 2.ª edição do "Retrato del perfecto medico" (1603) omitir no rosto a indicação de ter sido professor de medicina prática parece confirmar a opinião de Teófilo Braga.
Barbosa Machado faz alguma confusão com a figura deste médico, pois indica-o duas vezes, uma como Henrique Jorge Henriques e outra como Jorge Henriques, apenas.
Foram impressas as duas obras indicadas a seguir, Retrato del perfecto medico, sobre deontologia médica e De regimine cibi atque potus, sobre higiene alimentar. As restantes obras que lhe são atribuídas, se existirem, ficaram manuscritas. São elas o Compendium dialecticum, para cuja impressão já tinha obtido o privilégio do Rei (De regimine cibi, pag. 2 v. e Retrato, pag. 200); Carta ao tocador de viola Jorge Ruyz de Acosta sobre os méritos da música na terapia e a necessidade de os médicos treem conhecimentos musicais (Retrato, pag. 267 a 270); Discurso em latim no Claustro dos Médicos sobre a formação dos médicos (Retrato, pag. 110).
 O Retrato del perfecto medico apresenta-se sob a forma de cinco diálogos entre o próprio autor (Enriquez Medico) e um Teólogo Arcediano, o Doutor Palomares, Arquidiácono de Coria, durante o Bispado de Pedro García de Galarça (1579-1604).(...)
Henrique Jorge Henriques seria “converso”, isto é, cristão novo. Isto, apesar de não manifestar convicções judaicas, como se vê do quinto diálogo, quando recomenda que o médico faça com que os doentes recebam os sacramentos da Igreja e, em geral de todo o Retrato, onde diz que um requisito para ser bom médico é ser cristão católico romano.
Era pessoa culta e revoltava-se com os falsos médicos que proliferavam pelo País: “Bien nos pone delante los ojos el diviníssimo Galeno, quanto importa tenerse cuenta com este negocio, y dize, que considere el Medico, que quando cura el hombre, no tracta com las piedras, ladrillos, palos, cueros, como los otros artífices, e com todo veo los Illustres señores Protomedicos dar muy facilmente licencia a dos mil idiotas que ay en este Reyno para curar, y tractar cosas tocantes a esta arte tan excellente.”
A sua vida não foi fácil. Constata-se que os seus dois livros que hoje temos impressos foram redigidos muito antes de ser publicados: a carta dedicatória do De regimine tem a data de 1584, dez anos antes, e a redacção do Retrato terminou em 1582 (pag- 323). Era certamente o velho ódio aos cristãos-novos que imperava na península ibérica.
Os autores portugueses não indicam a data do óbito, mas Jon Arrizabalaga indica o ano de 1622. Os seus familiares foram parar à Inquisição, pelo facto de lhe terem feito um funeral segundo os costumes judaicos (Kamen, pag. 168). Ficaram dois anos presos até serem libertados por falta de provas. 
http://www.arlindo-correia.com/201206.html accessed 12/05/14
 

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1595 (1582) Henrique Jorge Anriquez [=Enriques], Retrato del perfecto médico.


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